Baião-de-Dois: Poker Face (série) e Sleep Token (banda)
Uma série e uma banda para você consumir com farofa
Olá, olá!
Essa lista de e-mails surgiu para dar indicações de coisas para ler, ouvir e assistir. Nos textos do Baião-de-Dois (exclusivos para assinantes dessa lista de e-mails), eu faço duas indicações que tem alguma ligação. Essa edição tem como tema MISTÉRIO.
Poker Face
Se você já assistiu aos filmes do diretor Ryan Johnson (Entre facas e segredos e Glass Onion), sabe que o cara é bom em criar tramas malucas do tipo “whodunit”, onde a grande surpresa da história está na descoberta de quem cometeu um crime. Quebrar esse padrão é uma das coisas que fazem da série Poker Face (2023) um dos melhores lançamentos desse ano. Ao invés de descobrir quem cometeu o crime, logo no início do episódio vemos como o assassinato aconteceu e como o assassino escondeu os rastros que poderiam levar a ele, o que normalmente faz com que uma pessoa inocente seja injustamente acusada pelo crime. Aí é que entra nossa protagonista, Charlie Cale, uma ex-atendente de um cassino que aprendeu em partidas de poker a se tornar uma detectora de mentiras humana. Ela vai usar esse seu poder especial para desvendar os crimes e levar os verdadeiros assassinos para a prisão, enquanto foge pelos Estados Unidos de um ex-empregador. O que acontece a seguir é um sem fim de tramas intricadíssimas de assassinato nos dez episódios dessa primeira temporada, que chama a atenção pelos exercícios de roteiro para subverter esse gênero de história.
Para embalar a série, os criadores optaram por usar uma estética visual que remete ao diretor Quentin Tarantino, desde os créditos até os movimentos de câmera em cena. Uma boa escolha, já que Poker Face, apesar de seus momentos muito violentos, também aposta no humor para suavizar a trama. São poucos os atores que segurariam tão bem as pontas nessa mistura inusitada, por isso mesmo boa parte do charme da série está em ela ser protagonizada pela incrível Natasha Lyonne. Mais conhecida por ser a roteirista, diretora e criadora da também excelente Boneca Russa (2019), Lyonne é coprodutora da série e assina roteiro e direção de alguns episódios. A mega produção conta ainda com participações estelares nessa primeira temporada, como Adrien Brody, Joseph Gordon-Levitt, Ron Perlman, Chloë Sevigny e muitos outros.
Anote aí: você ainda vai ouvir falar muito dessa série esse ano… especialmente quando ela finalmente sair no Brasil. Isso porque, infelizmente, não existe ainda como assisti-la oficialmente no país, já que ela é uma produção original do streaming Peacock (ainda indisponível no Brasil). Minha aposta é que a produção deve sair por aqui em algum outro serviço de streaming muito em breve (HBOMax, talvez).
Sleep Token
Semanas atrás me chamou a atenção uma notícia do site Tenho Mais Discos que Amigos sobre uma banda de metal que estaria desbancando bandas pop no ranking de músicas mais escutadas do Spotify. Apaixonado por música como sou, é difícil não ficar curioso com isso, ainda mais por viver num tempo em que bandas novas de rock não conseguem chegar mais com tanta facilidade ao topo das paradas. O que diabos essa banda nova estaria fazendo para chegar ali? Dando uma de Charlie Cale, nossa protagonista de Poker Face, comecei a investigar a tal de Sleep Token. E, bicho… que surpresa positiva. Essa banda inglesa maluca de metal pesadão aposta num som miscigenado e com muita influência de jazz e R&B. Ouvir as músicas já disponíveis do próximo trabalho dos caras é sem dúvida uma viagem sonora.
Prestes a lançar seu terceiro álbum (previsto para 19 de maio), nesse momento já conseguimos escutar no Spotify cinco sons incríveis do próximo debut, canções muito diferentes entre si mas que ainda assim parecem coesíssimas juntas. Começamos pela agressiva The Vore, com vocais guturais e instrumental que remete ao Death Metal, para logo em seguida pousar na suavíssima Aqua Regia (uma das minhas favoritas nessa prévia), embalada por um piano de jazz. A jornada continua com Granite, que bebe do espírito pop do momento (uma parada meio lo-fi, meio Post Malone), mas que vai ganhar guitarras pesadas e vibe nu metal em algum momento. The Summoning é o ponto alto dessa prévia (e também a canção que estourou os caras na rede social TikTok), um metalcore que também bebe alguma coisa do Deftones e termina numa catarse meio pop com direito a piano e baixo classudos (que me surpreendeu muito na primeira audição). Por último, Chokehold, uma canção cheia de ambiência que coroa um dos elementos mais incríveis da banda: a poderosa presença vocal de Vessel, o misterioso vocalista da banda. Sim, oficialmente não se sabe quem são os integrantes do Sleep Token, algo que outras bandas já fizeram antes, entre elas o Slipknot, o Gorillaz e o Ghost (essa última parece também ser uma grande influência em termos de performance para o Sleep Token). Se você é um amante de bandas imprevisíveis e de música pesada, fica aí essa dica. Já ansioso aqui pelo lançamento completinho do novo disco deles, Take Me Back to Eden.
Por hoje é só.
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Um abraço,
Zé Wellington