O que aprendi até agora escrevendo para vocês (lista do Zé #49)
Descobertas que eu fiz escrevendo no Substack nesse último ano
RECADO RÁPIDO: Nesse momento minha nova HQ está em campanha no Catarse! Já atingimos a meta básica, mas queremos deixar o livro ainda mais legal. Que apoia leva um exemplar e me ajuda a continuar fazendo o que mais me diverte: escrever para você. APOIE AQUI!
Como muitos humanos querendo se expressar, no século passado eu comecei a escrever coisas no blog. Mas parece que essa coisa de blog virou coisa de velho e logo percebi que as pessoas não iam mais até eles. Vi alguns antigos blogueiros migrando para as newsletters e também comecei a enviar meus textos por e-mail, primeiramente usando o Mailchimp.
Em fevereiro do ano passado, enviei meu primeiro texto usando o Substack. Embora eu tenha avisado que alguma coisa tinha mudado, como importei para o Substack minha lista de assinantes antiga, é provável que tenha gente que nem sentiu a diferença.
Mas o que mudou para mim?
Senta aí (acho que já deve estar, inclusive), que vou falar um pouco da minha experiência no Substack, o que pode ser também um conjunto de dicas para quem quer escrever textos nessa modalidade e aproveitar essa plataforma da melhor forma possível.
1) Para o bem e para o mal, o Substack é uma rede social.
Boa parte do funcionamento do X (ou Twitter para os nobres de coração), Instagram, Facebook e etc. foi herdado pelo Substack. O que antes era só uma ferramenta de envio de e-mails acabou integrando uma série de funções com o objetivo de fazer crescer o interesse na plataforma. Então muita coisa que se fala por aí que gera engajamento nessas redes sociais provavelmente funcionará por aqui.
Daí vem meu primeiro aprendizado: o Substack começou a mostrar mais meu conteúdo quando eu comecei a postar com frequência (algo que me obriguei a fazer durante essas semanas de campanha do meu novo livro — inclusive já apoiou?). Religiosamente (ou quase), eu comecei a postar um texto por semana e a fazer um post na ferramenta de Notes por dia, o que rapidamente começou a trazer mais assinantes gratuitos. É possível que a ferramenta recomende mais meu conteúdo por conta disso.
2) Recomende para ser recomendado.
Convém aqui também dizer de onde vem a maior parte dos meus assinantes. Existem muitas estatísticas na plataforma para ter essa informação. Uma coisa superútil é que sempre que recebo um assinante, o Substack revela logo de cara a possível fonte dele.
Acredito que 75% dos meus assinantes vem de recomendações de outros substackers (obrigado, principalmente ao
🙌, minha maior fonte de assinantes). Então uma prática saudável na plataforma é cultivar relações com outros escritores e “trocar” recomendações com aqueles que tem público parecido com o seu. O Substack mostra essas recomendações de várias formas, o que acaba sempre trazendo muita gente para a sua newsletter.3) Abra seu coração.
E o que funciona mais por aqui? Se a principal forma de medir o interesse dos leitores forem o número de leituras e os likes, aqui no meu Substack vocês, seus xeretas, estão interessados NA MINHA VIDA PESSOAL. Calma, eu explico…
Por mais que eu me esforce em fazer pesquisas para um texto específico ou outro, os que geraram mais engajamento foram os relatos sobre prêmios que eu ganhei ou chororôs pessoais. Óbvio que há questões como o fato de haver por aqui pessoas que eu conheço pessoalmente ou pessoas que simplesmente gostam do meu trabalho e vibram junto com ele (amo vocês também). No entanto, é comum em todas as redes sociais que quanto mais disposto você estiver para se abrir, é provável que mais engajamento tenha.
Veja bem, isso é só uma constatação. Se você não curte essa vibe de conteúdo, fique longe dela. De uma forma ou de outra a gente encontra o nosso jeito de lidar com a plataforma e encontra também o nosso público no caminho. Vale lembrar: nem sempre ser mais pessoal nos textos significa falar de si mesmo. Às vezes está mais ligado à forma como você fala sobre as coisas.
4) Diminua as expectativas e se divirta no processo.
Observando quem realmente é gigante nesse lugar, eu percebi que não há exatamente um padrão de tamanho de texto e assuntos. Provavelmente alguém com mais tempo que eu já fez ou fará algum levantamento mostrando o que as pessoas querem por aqui, mas minha principal dica é: NÃO SE IMPORTE TANTO COM ISSO.
Se tem algo que ainda me faz querer vir aqui e escrever textos, é o fato de que faço isso cada vez mais sem pressão e cada vez mais sobre o que quero. Reduzi os textos e tenho me permitido pesquisar cada vez menos sobre o que escrevo. Fui encontrando uma forma de fazer isso sem que representasse uma diminuição na qualidade.
Apesar de ter habilitado a possibilidade de que meus leitores me paguem algo por aqui (uma das funções mais interessantes do Substack), eu ainda não estou disposto a fazer o esforço necessário para isso funcionar de verdade. Os maiores substackers que eu sigo (e que ganham dinheiro com isso) já estão nessa coisa de escrita há muito tempo, a maioria construiu seu público antes do Substack abrir suas portas. Por isso, paciência e baixas expectativas são virtudes importantes para quem não quer transformar esse lugar em mais um fator estressante na sua vida (na real, essa é uma dica boa para qualquer processo criativo).
Criei meu primeiro blog há uns vinte anos simplesmente porque queria escrever. Mesmo meus textos que não foram lidos por ninguém fizeram diferença na minha vida nos momentos em que os escrevi. Pensar assim me liberta.
Escreva porque vai fazer bem para você. E não apenas aqui no Substack.
Oie, vim de blog também... sempre escrevi, comecei como diário e depois textos dessa cabeça doida que pensa demais hehehe mas realmente, ninguém ia até ele, e era difícil saber se acessavam (eu tinha o blogger), daí resolvi migrar pra cá, com textos de lá e novos, receitas que faço em casa, e estou admirada... a troca aqui é bem legal, tenho vários assinantes (o que acho um barato isso, as pessoas realmente gostaram e querem ler o que eu coloco aqui), e tenho lido coisas bem bacanas também!
Oie! Cheguei em seu texto através das notas e acho que faz muito sentido sua análise sobre o alcance na plataforma, o que é bacana é que estou há pouco tempo por aqui e tenho me surpreendido com a variedade de temas, estilos e autores que acabam chegando nessas recomendações. Nesse sentido acho muito mais interessante do que qualquer outra plataforma. Também tive um blog (ou vários), desconhecidos, mas que sempre contribuíram para mim como um exercício de escrita e endereçamento.
Um abraço!